quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Senti, parte 7

"e o que é que fazemos?", perguntei "logo se vê, pensa antes em estar aqui, agora!" puxou-me para ela, eu afastei-me "não vês no que isto vai dar, vais-te embora...exactamente como ela foi..", mais uma perda assim..e eu sabia lá o que é que aconteceria, já me sentia em baixo o suficiente...todos os dias me sentia triste e eu não queria que isso se agravasse. "nós arranjamos uma solução, a sério, nós conseguimos" continuava a dizer e a puxar-me para ela. Voltámos a estar frente a frente e cada vez mais pensava que ela tinha razão no que dizia, mas..e se não tivesse? "vem cá.." disse com aquela voz suave puxando-me novamente para si, ainda mais.."vou à casa de banho", disse levantando-me logo de seguida, ela olhava-me. Abri a porta, desci as escadas e fui à casa de banho,,olhei para o espelho..aquele miúdo..onde é que se meteu aquele puto metediço e engraçado? para onde é que ele foi? ele que voltasse para ser tudo a brincar, como dantes. Ouvi um barulho nas escadas, depois no corredor e..A PORTA A ABRIR-SE? Corri para a porta a gritar "Não! onde vais?!onde vais?!", saí de casa e via-a a correr pela estrada fora sem olhar para trás, fui atrás dela, "não vás, não fujas disto!" ... agarrei-a e puxei-a contra mim com toda a força, ela dava-me murros e pontapés para se soltar "tenho de ir, deixa-me ir! tens toda a razão, não estou aqui a fazer nada..só estou aqui a incomodar" "pára! não digas essas coisas!", ela queria soltar-se e não parava de me bater, aproximei-me da sua boca e beijei-a..os murros começaram a parar lentamente..assim como os pontapés.."Rafael! O que vem a ser isto?" Quando olhei para trás vi os meus pais no meio da rua de robe e completamente boquiabertos com o que estavam a ver..."eu..eu posso explicar.." oh que tava tão lixado!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Senti, parte 6

Naquele momento senti-me como novo, as preocupações desapareceram momentaneamente e o sorriso que há muito custava a sair, o sorriso verdadeiro que há tanto encobria com um outro, que não era meu, acabou por se libertar naquele momento, naquele quarto, para aquela pessoa. "hum..ele sorri..", disse aproximando-se mais, "será que ele também dá abraços?" e aproximou-se mais um pouco..abraçámo-nos, e eu queria lá saber o que se passava à minha volta, era ali que eu estava, naquele momento era ali que eu estava e que queria ficar, nem que fosse para senti-la contra mim, e saber que ela estava ali a abraçar-me, e que era real, e que era tudo, "és uma pessoa fantástica" segredou-me ao ouvido, "e acho que mereces tudo o que achas merecer".."tu és uma pessoa linda, por dentro e por fora, corajosa..",respondi,"e adoro estar aqui, assim..contigo" ..o abraço acabou e ficámos frente a frente, a olhar um para o outro..a cada segundo que passava sentia o vibrar incandescente do seu coração que estava pronto a explodir, a qualquer momento! "estás nervosa?" .. "eu..também adoro estar aqui, assim..contigo", aproximei-me e beijei-a sem saber as repercussões que isso traria, limitei-me a fazer o que queria fazer sem pensar, como tantas vezes agi em tantas outras situações, mas acho que desta vez o não pensar seria o mais correcto. "porque fizeste isto?"disse "eu..acho que tu, não sei se.." "eu acho-te uma pessoa fantástica, e esse é o problema!", "mas..." "o que é que acontece agora? Tudo isto para que depois nunca mais nos voltemos a ver..", eu não queria passar pelo mesmo, não queria! "nós conseguimos arranjar algo, fazer algo para que tudo corra bem!" "isso é impossível, o que é que vais fazer? Manter-me aqui escondida, e estar comigo sem ninguém saber?" "sim, se disso depender o ficar contigo..", ela olhou para mim e transformou a cara preocupada num sorriso novamente brilhante, a sério, era asism que eu queria estar, OLHEM PARA ELA! era ali que eu queria viver, naquele quarto, naquelas emoções, naquela cama, naquele sorriso! era ali..e por que não? e por que não?!