quinta-feira, 14 de abril de 2011

Senti VII

“e o que é que fazemos?”, perguntei, “logo se vê, pensa antes em estar aqui, agora!”, puxou-me para ela, eu afastei-me, “não vês no que isto vai dar, vais-te embora…exactamente como ela foi…”, mais uma perda assim e eu sabia lá o que é que aconteceria, já me sentia em baixo o suficiente…todos os dias me sentia triste e eu não queria que isso se agravasse, não dava. “nós arranjamos uma solução, a sério, nós conseguimos”, a voz dela parecia enfraquecer a cada palavra, conseguia ver o brilho verde dos seus olhos a esmorecer, afastou por momentos a cara…mas o que é que eu estou a fazer?! Porque é que sou assim?! Ela tem razão, ela tem toda a razão deste mundo! Puxei-a para mim, voltámos a estar frente a frente e cada vez mais pensava que era aquilo que eu queria e que era aquilo por que eu ia lutar. Encostámos as nossas testas e fechámos os olhos, eu sentia o calor que a sua boca emanava e arrepiava-me completamente. “quero estar aqui, assim…contigo”, disse novamente, e ela sorriu. “eu também quero estar aqui, assim…contigo” e abraçou-me com toda a força, continuou, “fazes-me esquecer os problemas todos, todos, todos! Esqueço todas as merdas que já me fizeram! Todas as torturas diárias por que passei…fazes-me esquecer tudo isso, todas as porcarias que já fiz e que já me fizeram…é como se eu te conhecesse, por me fazeres tão bem…”.


Como as coisas podem mudar de um momento para o outro.


Ainda bem que isto me aconteceu, estava mesmo a precisar disto para me sentir melhor, e para esquecer as outras coisas todas que me chateavam constantemente. Queria estar ali para sempre (como se já não tivesse dito isso), era ali ou nada! E ela parecia cada vez mais linda.


“obrigado por dizeres isso…não sabes o quanto significa para mim.”, disse, enquanto os seus olhos verdes me fitavam intensamente. Ela estendeu-me a mão e eu retribuí…olhou para elas, “ficam bem…”, e sorriu para mim, continuou, “acho que…”, mas não acabou. Estava com um ar confuso e não tirava o olhar das nossas mãos…”acho que…eu…”, “sim?”, levantou o olhar, “amo-te”.

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