sábado, 11 de junho de 2011

Levei-a ao paraíso

Levei-a ao paraíso quando disseram que ele fechava no dia seguinte, tinha de aproveitar ao máximo enquanto podia, enquanto podíamos. O carro parou a meio do caminho, não, não fui eu que o parei, ele parou porque lhe apeteceu, até porque eu não queria perder um único minuto mágico no paraíso com ela...e hoje era o último dia! A última oportunidade!


Continuámos a pé por entre a noite cerrada, por entre a neblina que começava a assentar e passado um pouco já não conseguíamos ver um palmo à nossa frente, as nossas mãos desapareciam quando as esticávamos mesmo à frente da nossa cara...nunca tinha visto nada assim, nunca tínhamos visto nada assim! Continuámos, agarrados um ao outro para que não nos separássemos, e ali, naquele nevoeiro maluco....nunca se sabia o que podia acontecer.


Ao longe já víamos as luzes do paraíso, afinal ímos conseguir chegar a tempo e passar a melhor noite das nossas vidas. De repente, sem sequer dar-mos conta, um carro cortou o nevoeiro levando-te...não parou...não abrandou...ninguém olhou para trás.


...


Estava no hospital...aquela noite passou tão devagar...disseram-me que estavas naquele quarto e que o teu estado era grave...disseram-me que chamavas por mim...que puxavas...que gritavas o meu nome...estavas com os olhos tão abertos amor! Tão abertos..e com muitas feridas na cara. Aproximei-me...segredaste-me ao ouvido "hoje levas-me ao Paraíso, ao verdadeiro Paraíso", olhei para ela e uma lágrima caiu, ela voltou a falar "mas vais ter de ficar à entrada...sim?", "eu fico à espera...eu fico lá...eu estou do lado de fora."...ela fechou os olhos para sempre.

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Fica comigo...eu fico contigo e somos tão felizes!

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