quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Rafael - Parte 16

o que foi? - perguntou ele assustado. Rita tinha acabado de se baixar – o que é que estás a fazer?

-estás a ver o carro que acabou de parar em frente à minha casa? - perguntou ela.

-sim… - ele sorriu - olha olha…se não é o menino Raul… - disse com um tom irónico – ele não sabe que andas com teu parceiro de laboratório?

-não sejas parvo! Já são nove horas e ele veio-me buscar para o “Lago”…atrasei-me por causa de ti… - disse com uma voz triste e arrastada.

-peço imensa desculpa majestade…hum…um bmwzito hã? Não está mal, não está mal… - disse Rafael olhando para o carro de Raul e dando de seguida uma festinha no volante da sua menina.

-deixa-me nas traseiras da minha casa! Rápido! Dá a volta!

Ele deu a volta e levou-a às traseiras da casa. Antes de sair ela chegou-se ao espelho retrovisor e penteou o cabelo, passou a mão pela cara, não parava quieta…Rafael não parava de a olhar…

-a arranjar-se para o namoradinho presumo… - disse ele. Ela olhou para ele.

-xau.

-eu apanho-te aqui às quatro... - houve uma pausa.

-amanhã é sábado…vou ter de estudar à tarde.

-...da manhã….

-o quê?

-o namoradinho já se deve ter ido embora por volta dessa hora, não? -disse Rafael sorrindo.

-o que é que vamos fazer às quatro da manhã? – perguntou ela com um tom confuso. Ele ficou a olhar para ela e via-se que apertava o volante com força – Rafael?

-não é uma saída… - disse ele de imediato com a voz fraca. Ela olhou-o uma última vez, saiu da carrinha e correu para dentro de casa – eu apanho-te aqui! Este vai ser o nosso sítio secreto! – e afastou-se, guiando para longe dali.

Raul jantou em casa dela e depois do jantar foram os dois para o quarto…

-alguma vez fizeste isto? – perguntou ele.

-o quê? Beijar?

-não… - e começou a beijar-lhe o pescoço intensamente.

-Raul…

-sim…?

-é um problema para ti? O facto de eu nunca ter feito isto? - perguntou Rita.

-Rita – ele chega-se para trás – acho que isto não vai resultar…

-estúpido! És mesmo cromo! – disse, dando-lhe uma chapada leve.

-estou a brincar! Achas que não?

-olha…eu sei que vai parecer muito fofinho e lamechas mas…a minha primeira vez…eu quero que… - Raul mete-lhe o dedo indicador à frente da boca.

-shhh…eu sei…já tenho tudo planeado! Já comprei as velas, o incenso…já só faltam as flores – disse a sorrir.

-ahahahah! És mesmo parvo. Tu sabes bem do que eu estou a falar…não sabes?

-sei sim… - olhou para ela – não há pressa.

Sorriram. Ele ainda esteve em casa dela mais um bom bocado mas por volta das 23 foi-se embora.

Ela bem que podia tentar dormir mas embora se lembrasse do que “quase” tinha acontecido com o Raul, não conseguia tirar da cabeça o facto do Rafael poder aparecer por ali a qualquer momento…”de certeza que ele estava a brincar” pensava ela, “e se ele não aparecer? Faço uma figura de estúpida” …todas estas perguntas que escolheu para chatear a sua cabeça fizeram com que ela não adormecesse, e quando as quatro da manhã se aproximaram ficou a olhar para o relógio, “vou ou não vou?” …

Sem comentários:

Enviar um comentário