quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Pesadelo

De repente encontrava-se num sítio que lhe parecia familiar...tudo à sua volta parecia já lhe ter aparecido diante dos olhos...mas quando? Ele sabia que era isso o que sentia, mas não fazia a mínima ideia de onde conhecia aquele campo carregado do verde das milhares de plantas que cobriam o que parecia o imenso jardim de uma quinta linda...enquanto dava passos infinitos para a frente sentia a brisa que o carregava de bom-humor, dava um passo em frente e ouvia as folhas das árvores a brincarem umas com as outras...era tão familiar...um déjà vú?
À medida que avançava conseguia distinguir, ao longe, um carvalho gigantesco...e na sua sombra estavam dois vultos que àquela distância eram apenas duas pessoas a tentar esconder-se do sol abrasador daquele dia de Verão...avançou mais um pouco.
O jardim era gigantesco.
Se olhasse para o lado esquerdo via o celeiro daquela enorme quinta e que lhe era tão familiar, ao lado estava a casa magnífica e andrajosa que dava a toda aquela paisagem um toque de beleza brutal...o resto era um jardim infindável, adornado com árvores de todos os tipos, flores de todas as cores...e aqueles dois ali à frente...continuou.
Quando ficou a míseros metros dos vultos soltou-se uma expressão de puro terror pela sua face...era ele que ali estava, ele e a sua namorada...

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a história deles bem que podia dar um filme...o estilo do filme que venha o diabo e escolha...
Conheceram-se nas férias de Verão...ele era o típico engatatão e ela a menina que fingia ser a pessoa mais tímida do mundo...o par perfeito ;)
Ele tinha uma quinta grande, majestosa, e embora pudesse parecer não era uma pessoa muito rica...não foi por isso que ela se interessou se é que percebem.
Ela era linda e tinha olhos verdes, e uma franja que lhe caía sobre os olhos lindos (e quando ela soprava para a afastar ele adorava :), tinha uns lábios lindos...
Um dia, numa tarde igual àquela que ele estava a viver naquele momento sabia lá bem ele como, houve um problema...enquanto estavam os dois debaixo de um carvalho gigantesco começaram a sentir um cheiro a queimado, e quando olharam para o celeiro viram que este deitava fumo por todo lado...! Ele apressou-se a correr para tentar fazer algo! Ela levantou-se atrás dele e começou a correr também! ... quando chegaram ao celeiro ele abriu o enorme portão, e o fumo aumentou muito de repente...não se via nada no interior mas mesmo assim ele entrou para tentar fazer alguma coisa...o calor era insuportável...ela foi atrás dele...a única coisa de que ele se lembrava era de vê-la a correr para ele e de repente...tudo ficou preto...tudo ficou em silêncio...

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Ele parecia que tinha acordado de um sonho distante...mas estava ali...a ver-se a ele próprio...e a ela...debaixo do carvalho gigante...de repente ele e ela pararam de se beijar e começaram a cheirar o ar que os rodeava...depois olharam para um sítio e as caras ficaram completamente petrificadas...ele seguiu-lhes o olhar e viu que estavam colocados no celeiro que deitava fumo...ele engoliu em seco e virou-se para eles...ele já corria desenfreado e ela acabara de se levantar..."NÃO!!" gritou ele à medida que via ele e ela a afastarem-se pelo jardim gigantesco...mas a voz não saia da sua boca...começou a correr atrás deles...
Chegou ao celeiro e ele e ela já tinham entrado...ele entrou também...passado um pouco houve um desabamento...passado um bocado ficou tudo preto...passado um bocado tudo ficou em silêncio...

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De repente encontrava-se num sítio que lhe parecia familiar...tudo à sua volta parecia já lhe ter aparecido diante dos olhos...mas quando? Ele sabia que era isso o que sentia, mas não fazia a mínima ideia de onde conhecia aquele campo carregado do verde das milhares de plantas que cobriam o que parecia o imenso jardim de uma quinta linda...

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