tag:blogger.com,1999:blog-27469373109714335492024-03-13T03:43:08.110+00:00Rafael Ramatira tudo o que estiver a mais e vem comigo para sempreRafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.comBlogger161125tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-58820047846213875292016-10-30T01:10:00.001+01:002016-10-30T01:10:43.851+01:00Meu cordeiro<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="background: white; font-size: 13.5pt;">O mundo parou por dois segundos e foram esses
dois segundos que te fizeram perceber</span><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="background: white; font-size: 13.5pt;">Que por mais segundos que passassem, sabias que
não havia tempo a perder.</span><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="background: white; font-size: 13.5pt;">E por isso lutaste, perdeste mas descobriste que
tudo era melhor quando vivido ao limite</span><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Porque quem vive o que os outros sonham nunca é quem desiste mas
quem insiste<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="font-size: 13.5pt;">E tu subiste mais do que os outros e conseguiste viver feliz para
sempre,<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Mesmo que esse sempre te fosse tirado de repente.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Meu herói.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Quem haveria de adivinhar que o demónio que pensamos saber existir
és mesmo tu?<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Tu próprio, com os teus medos imorais e cheios de razão que não
passam de pensamentos.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="font-size: 13.5pt;">E que todos os momentos que dizemos adorar são mentiras vividas
pelos tempos<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Em que fomos mais do que uma simples alma, aprisionada e revoltada
num corpo nu.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="font-size: 13.5pt;">E nasces de novo.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="font-size: 13.5pt;">E cresces mais uma vez.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="font-size: 13.5pt;">E um mais um mais um são três.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Quando o cordeiro ganhou ao lobo.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Meu herói.<o:p></o:p></span></div>
RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-57674059552004758482016-10-25T22:47:00.001+01:002016-10-25T22:50:33.442+01:00O espelhoCai tudo em cima de mim. Caem as dores de mais um dia demoníaco, sem sol e sem chuva e sem nada. E enquanto espero ver a minha sombra lá fora a acenar-me, dou antes por mim a ver o reflexo do espelho do meu quarto, tão parecido comigo mas tão diferente. É a minha cara que me olha, exactamente igual! Como é que...como é que ele está ali se eu estou aqui? Porque eu sei que é normal o reflexo ser igual a mim, com as mesmas feições, com os mesmos movimentos, com o mesmo tudo. Mas, e embora aquele seja eu, aquele não sou eu.<br />
<br />
Ele olha-me e basta-me aquele olhar para saber que não sou eu. Aqueles olhos não são iguais aos meus. Têm a mesma cor, têm o mesmo brilho, mas não são os meus. São cansados e metem-me nojo só de olhar para eles. Olhem bem para aquilo. E mexe-se tal e qual como eu me mexo mas parece mais rápido. O meu reflexo, uau...o meu reflexo é mais rápido que eu, ou pelo menos mais rápido que o meu pensamento. Mas sei tão bem que isso é impossível.<br />
<br />
Não consigo concentrar-me em mais nada. O dia que desfila fora do meu quarto não me diz nada, não significa nada. Aquele reflexo é tudo, aquele espelho é o meu novo mundo e tem a minha atenção total. Sempre ali esteve, pelo menos desde que me lembro, mas só agora é que ganhou o poder de me intrigar, de me transformar aos poucos. Um pouco mais do que já tenho vaidade de gritar em dias de muito trânsito. Mas mesmo fazendo parte da minha mobília mental há tantos anos, há qualquer coisa de novo em relação àquele novo destaque mortífero da minha mente.<br />
<br />
Coço a minha cabeça a escaldar, e ele coça a sua cabeça a escaldar. Mas demora mais tempo a fazê-lo do que eu e, ao aperceber-se que eu notei, sorri para mim...sorri para mim sem eu ter sorrido antes. Não. Aquele não sou eu. Ou será que sou, mas nem sequer me apercebi que acabei de sorrir? Será que tudo não passa de um disfarce criado por mim e eu neste momento sou a pessoa do espelho, enquanto que a pessoa que está neste quarto real é o verdadeiro impostor?<br />
<br />
Acho que o melhor é atirar o espelho pela janela. Acabar com isto de uma vez por todas. E o que quer que exista que morra. Quem quer que exista que morra. Porque por muito que me apeteça importar com situações parecidas a esta, a minha paciência esgotou-se ainda antes de me importar.<br />
<br />
E ao mesmo tempo que atiro o espelho pela janela, e ainda antes de este se partir em mil bocados frios e humanos, sinto uma pontada na minha alma que me diz, sem qualquer sombra de dúvida, que mal aquele vidro se parta, também eu partirei para sempre.RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-23032287230694662932016-10-12T02:36:00.001+01:002016-10-12T02:36:26.218+01:00A luz da fonteEstou quase a adormecer. E já há umas três horas que tento.<div>
Estou mesmo quase a adormecer. Os olhos pesam mais que a minha consciência, mas antes de adormecer sinto um movimento mesmo à minha frente.</div>
<div>
Está escuro, por isso não consigo saber o que é que acabou de passar por ali a voar.</div>
<div>
Uma melga? Um morcego? A minha dignidade? Não sei, mas também não é desta que a recupero, não me apetece.</div>
<div>
Tento acender a luz da minha mesa de cabeceira. Mas não tenho uma luz na mesa de cabeceira. Nem mesa de cabeceira.</div>
<div>
Então procuro pelo meu telemóvel, mas lembro-me perfeitamente que ainda antes de me deitar ele estava já a ficar sem bateria. Quanto mais agora, horas e horas mais tarde.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Não tenho vontade nenhuma, nem agora, nem nos últimos tempos. Muito menos agora. </div>
<div>
Alguém que me dê a tal injecção de paciência que me prometeram há tanto tempo.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<div>
19 anos depois, a tal coisa, ou sei lá como é que lhe hei-de chamar, continua a passar à frente da minha cara. Sempre à mesma hora. Sempre ao mesmo minuto. Ao mesmo segundo.</div>
<div>
É impressionante como a mania de um puto me continua a dar pesadelos.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Matei-me há muito tempo, quando ainda acreditava em fantasmas.</div>
RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-48992860716674780422016-09-19T23:55:00.001+01:002016-09-19T23:55:19.899+01:00A sombraEstava <b><i>escuro </i></b>no meu quarto quando acordei do nada.<br />
<br />
Depois de o meu olhar se habituar <b><i>minimamente </i></b>à escuridão que me <b><i>envolvia</i></b>, pareceu-me ver algo <b><i>perto </i></b>do meu armário<br />
<br />
Já tinha visto muitos <b><i>filmes </i></b>parecidos, <b><i>histórias </i></b>semelhantes: às vezes parece que se vêm pessoas na escuridão. Ou é a escuridão que nos <b><i>obriga </i></b>a ver tais coisas ou...<b><i>elas existem...?</i></b><br />
<br />
Mas lá estava. Uma <b><i>sombra </i></b>ondulante. É a melhor maneira que tenho para a explicar.<br />
<br />
Sabia bem que era tudo <b><i>impressão </i></b>minha. Afinal, o que é que estaria ali? Um monstro?<br />
<br />
<b><i>Essas coisas não existem.</i></b><br />
<br />
Essas coisas não existem, <b><i>pois não?</i></b><br />
<br />
Mexi-me um bocado na cama, e a sombra pareceu mover-se <b><i>também</i></b>. Como quando tocas numa teia de aranha e ela se passa!<br />
<br />
<b><i>Aranha assustadora.</i></b><br />
<br />
E onde é que estava <b><i>a minha namorada?</i></b><br />
<br />
Foi a última coisa que pensei, mesmo antes da sombra <b><i>me esfaquear.</i></b><br />
<br />
Aquela sombra com uns <b><i>olhos </i></b>extremamente parecidos aos da minha namorada.<br />
<br />
<b><i>Agora fico à espera dela. </i></b><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><i>Só quero saber o porquê.</i></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><i><br /></i></b></div>
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<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><i><br /></i></b></div>
RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-67971960511611043632016-09-11T14:09:00.002+01:002016-09-11T14:09:20.990+01:00As Bruxas<b><i>As Bruxas riam-se.</i></b><br />
<br />
Porque para além da lua cheia, que contrastava com o <b><i>escuro-azulado</i></b> do céu, todos os animais noctívagos faziam das suas, movimentando-se de um lado para o outro no meio do nenhures que era aquela floresta. <b><i>E elas adoravam aquele cenário "mágico".</i></b><br />
<br />
Estavam as <b><i>sete </i></b>vis criaturas à volta da <b><i>fogueira</i></b>, que já ardia há umas boas horas, desde que tinham chegado ao acampamento depois de mais uma <b><i>caçada perfeita. </i></b><br />
<br />
<b><i>As Bruxas riam-se.</i></b><br />
<br />
Porque sabiam que iam <b><i>provar</i></b> carne fresca, <b><i>carne de criança</i></b> saudável e sem réstia de pecado, a mais <b><i>deliciosa</i></b>, segundo diziam.<br />
Elas dançavam de um lado para o outro, com os mantos negros a esvoaçar, acompanhando a leve <b><i>dança do vento</i></b> que as mergulhava constantemente.<br />
<br />
<b><i>Há já muito tempo que não comiam crianças. </i></b><br />
<b><i><br /></i></b>
Há muito tempo que não conseguiam destruir o prazer de <b><i>enterrar os dentes asquerosos</i></b> naquelas <b><i>peles tenras e rosadas. </i></b><br />
Há muito tempo que não ouviam as <b><i>preces </i></b>das pobres almas que seriam devoradas, preces que pareciam dar àqueles monstros séculos de vida.<br />
<br />
Já há muito tempo que <b><i>homens bêbados</i></b>, <b><i>mulheres perdidas </i></b>e <b><i>velhos lenhadores </i></b>faziam parte do <b><i>cardápio</i></b>.<br />
Já há demasiado tempo que tudo o que lhes <i><b>entrava pela garganta era carne velha, almas desinteressantes e que não sabiam a nada.</b></i><br />
<br />
Mas aquela noite seria diferente.<br />
<br />
Naquela noite iam brindar com<b><i> o sangue</i></b> dos meninos e das meninas roubados durante o sono.<br />
Iam <b><i>partir os ossos frágeis </i></b>com as suas próprias mãos, <b><i>arrancá-los</i></b> e <b><i>chupá-los</i></b> enquanto as crianças ainda estivessem vivas.<br />
Iam rir e dançar e fazer o máximo para que a refeição tivesse medo. <b><i>Quanto mais medo, melhor o sabor.</i></b><br />
Iam arrancar os olhos à <b><i>criança mais nova </i></b>e dá-los a comer à <b><i>mais velha.</i></b><br />
Descobririam quais os <b><i>irmãos </i></b>e as <b><i>irmãs</i></b>, para que um assistisse à morte do outro.<br />
<br />
E no fim, depois de todas estarem satisfeitas e de todas as crianças mortas, iriam passar a noite cobertas pelo que sobrasse daquele massacre, adormecendo à luz do luar de mais uma noite perfeita.<br />
<br />
Com <b><i>peles </i></b>a servirem de <b><i>cobertores</i></b>.<br />
<b><i>Cabeças </i></b>a servirem de <b><i>almofadas</i></b>.<br />
<b><i>Almas </i></b>a servirem de <b><i>sonhos</i></b>.<br />
<br />
<br />
<br />RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-74133632243787712992016-09-05T02:53:00.004+01:002016-09-07T14:20:35.054+01:00O bom filho a casa torna<span style="background-color: #999999;">A última coisa que aqui escrevi foi no dia <b><i>10 de Março de 2013</i></b>...</span><br />
<span style="background-color: #999999;">...<b><i>Uau</i></b>.</span><br />
<span style="background-color: #999999;"><br /></span>
<span style="background-color: #999999;">Foram muitas as vezes em que, durante estes últimos anos de inactividade, me deparei com este blog.</span><br />
<span style="background-color: #999999;"><br /></span>
<span style="background-color: #999999;">Acabava sempre a pensar como era <b><i>quando escrevia aqui quase todos os dias</i></b>. No feedback de todos os que me seguiam.</span><br />
<span style="background-color: #999999;"><br /></span>
<span style="background-color: #999999;">Aliás, como é que cheguei aos <b><i>127 </i></b>seguidores, às <b><i>11241 </i></b>visualizações de página e às <i><b>6664 </b></i>visualizações de perfil?</span><br />
<span style="background-color: #999999;">Neste momento estes números parecem-me completamente surreais.</span><br />
<br />
Sempre dei muito <b><i>valor </i></b>aos que tiravam um bocado da sua vida para "gostar" ou "comentar" as minhas cenas, e ainda hoje não percebo como é que fui deixando escapar esse amor que me davam <b><i>sem qualquer cerimónia.</i></b><br />
<br />
Agora sei que a maior parte já nem sequer deve dar uso ao blog, tal como eu deixei de dar. E que nunca será como dantes, talvez por essa mesma razão. Faz sentido.<br />
<br />
Tenho bastante pena pois foram muitas as <b><i>pessoas </i></b>que conheci aqui e com quem fui aprendendo a ser melhor.<br />
<br />
Mas olha, se houver por aí uma alma boa (e viva, de preferência) que ainda se lembre de mim, não te acanhes. <b><i>Façam todos o que bem vos apetecer.</i></b> Mi casa es su casa.<br />
<br />
Até porque quero saber quais os blogues que se aguentaram!<br />
<br />
Olá <b><i>Blogspot</i></b>,<br />
<br />
Sempre (<b><i>e para sempre</i></b>) atenciosamente teu,<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
Rafael Rama</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-66791616234270030792013-03-10T23:12:00.002+00:002013-03-10T23:12:46.842+00:00Rabanada de ventoImaginem o cenário só por uns momentos...é crucial... vão ao youtube e procurem a música "Gabriel" dos "Lamb"...a sério...senão não resulta...já está? Força.<br />
<br />
<br />
<br />
Estava a nevar lá fora.<br />
<br />
A casa abanava a cada pontapé dado pelo vento mais chateado dos últimos tempos.<br />
A lareira aquecia a sala e o cheiro à cinza, que teimava em cair para o chão, transmitia-lhe uma paz de espírito que já há muito não conseguia encontrar. Respirava fundo mais uma vez e via as preocupações a saírem porta fora, e era exactamente isso que ele queria naquele momento.<br />
Ela estava mesmo junto ao fogo, afastada, olhava-o incessantemente e não tirava as mãos da chávena de chocolate quente. O fogo não parava de dançar, fintava o ar com uma perícia inigualável.<br />
-Ainda estás chateada certo ? - perguntou ele com o joelho a tremer.<br />
-Não - respondeu sem tirar os olhos do fogo.<br />
Houve um silêncio.<br />
-Como é que se chama?<br />
-Hã? - ela pareceu acordar de um sonho distante e olhou para ele.<br />
-Como é que se chama?<br />
-Com a boca..<br />
Ele resvirou os olhos e aproximou-se dela.<br />
-Como é que se chama aquilo que eu sinto por ti..?<br />
-O quê? - perguntou ela novamente, desta vez com um tom bastante irónico.<br />
-Amor...<br />
<br />
Iam para se beijar mas apareceu uma rabanada de vento e foderam-se os dois.<br />
<br />
<br />RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-17448066168471930242013-03-10T19:02:00.001+00:002013-03-10T19:02:42.373+00:00fucking randomI wanted to disappear, she said, i wanted to go away with no regrets and no more pain.<br />
He listened don't knowing what she was really trying to say, maybe it was time for they to cut the bullshit and go to bed...maybe not.<br />
The night outside was so fucking beautiful, the silence was erased by all those misterious owls and the wind that wanted to come in...it was too cold outside.<br />
Depois sorriram e, enquanto a lua brilhava sem saber bem porquê lá fora, a noite desapareceu e o cenário passou a ser todo o tipo de lençóis que existiam no quarto.RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-49156392260775970352013-03-09T15:22:00.001+00:002013-03-09T15:22:57.961+00:00Adoro escrever.<br />
Mas agora não me apetece...e ao mesmo tempo apetece...então o que é que eu devo fazer?<br />
Não faço a puta de ideia. Já não faço a puta de ideia há muito tempo mesmo.<br />
Não me interesso por nada..não me apetece fazer nadaRafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-34007173279667419742013-03-05T18:16:00.000+00:002013-03-05T18:16:03.063+00:00Bebe só mais um copo que isso passaNão interessa a maneira como vês o mundo. É tudo diferente: o som das folhas a cair quando chega o Outono, a brisa fresca de mais uma noite na praia, o acordar depois do pior pesadelo que já tiveste em toda a tua vida, o sabor dos lábios da pessoa que beijas.<br />
Quanto mais tentas perceber o que te rodeia mais confuso tudo fica, tudo o que parece ser fácil de entender fica tonto.<br />
Eu acho que tudo não passa de um sonho, eu acho que é tudo ao contrário: não estás acordado agora e logo à noite vais dormir e sonhar com todo o tipo de coisas que queres, todo o tipo de coisas impossíveis de alcançar na vida real mas que lá, naquele mundo difuso, fazem todo o sentido...acho que estás a sonhar neste preciso momento, enquanto escreves um texto, enquanto ouves Goo Goo Dolls...e um dia hás-de acordar...e quando acordares vai ser tudo diferente, vai ser tão irreal que não vais acreditar em nada...vais pensar que foi o maior sonho da tua vida mas que pareceu tão real na altura.<br />
Estou todo trocado, mas também com a vida que levo penso que faz todo o sentido. Não me apetece fazer nadaaaaaa...mas ao mesmo tempo não quero estar sem fazer nada, sentado ao computador...com o tempo livre que tenho podia acabar os milhares de livros que tenho começados, escrever músicas dignas de prémios...prefiro embrulhar-me na rotina de sempre e no fim do dia vejo que não alcancei nada do que podia alcançar, a não ser uma dor de cabeça extremamente fodida.<br />
<br />RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-75904529773786285802013-03-03T18:31:00.002+00:002013-03-03T18:31:49.560+00:00IncensoFoi um blog para me ajudar a tirar cá para fora tudo o que estava a mais na minha cabeça, depois começou a ser mais um sítio para alimentar a fome de ler a algumas pessoas, mas tive pena da maneira como tudo se foi destruindo e como as palavras iam custando a sair.<div>
Agora não é nada.</div>
<div>
Já teve muitos altos e muitos baixos não haja dúvida, momentos alegres, outros à beira da destruição, mas a verdade é que sempre foi castiço...sim, acho que castiço é um bom adjectivo para este meu cantinho.</div>
<div>
Noitadas de Verão a escrever sem parar, manhãs ainda do dia anterior que me secavam os olhos com uma força impiedosa, tardes frias agarrado à guitarra e aos cobertores.</div>
<div>
Mas agora já não é nada..</div>
<div>
Tive momentos em que eram trinta pessoas a comentar, centenas a visualizar...grande cena mesmo, pelo menos para mim que me consigo contentar com pouco.Mas eu, verdade seja dita, nunca consegui agarrar-me a uma coisa a cem por cento. Posso começar um novo projecto, uma nova ideia, mas isso dura muito pouco tempo...começo uma história e não a acabo...crio um blog mas não o continuo...eu acho que tenho jeito para este tipo de coisas mas raramente as acabo ou lhes dou continuação...é pena.</div>
<div>
Já há algum tempo que não escrevia aqui. Já pensei acabar com o blog umas duas ou três vezes. A primeira vez ainda apanhou a época em que as pessoas diziam "Não! Não faças isso!" ou "nós gostamos do que escreves..." etc...acho que nessa altura estava cansado de escrever. Nessa altura a imaginação começava a faltar porque a inspiração era pouca ou nenhuma mesmo. A última vez que aqui escrevi foi uma espécie de despedida mas eu não sei porquê...volto sempre aqui. Nem que seja numa tarde de Domingo como esta que, não sei bem explicar, mas deu-ma uma vontade enorme de escrever. É o que eu digo, agora apetece-me muito mas amanhã é como se nada disto tivesse acontecido.</div>
<div>
Este foi o primeiro dos quatro blogues que criei...já foi há muiiiiiiiito tempo mesmo. Já se passou tanta coisa entretanto. Acabei a secundária, entrei na Universidade, acabei com a minha ex, tenho uma namorada nova (não vou contar o que aconteceu no espaço entre a ex e a actual claro :), chorei, ri, caí, levantei-me...mas está tudo bem...é o que eu digo...há-de ficar tudo bem.</div>
<div>
Mais um post...será que é o último? O começo de muitos? O que interessa é que ainda consigo escrever mais do que linha.</div>
<div>
<br /></div>
RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-26735848436147529362012-12-12T20:34:00.002+00:002012-12-12T20:34:33.265+00:00Chegou ao fim.<br />
Com mais dores de cabeça, com menos integridade e sem dúvida com muitos rios de papel saídos da mente.<br />
Grande blogue que me ajudou,<br />
e ainda bem<br />
Saudade ou não daqueles tempos<br />
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See ya ;)RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-894034464877541572012-10-22T01:30:00.001+01:002012-10-22T01:30:36.746+01:00HorizonteA tarde tinha sido a melhor de todas.<div>
Por mais que ele não quisesse admitir, pelo menos não à frente dela, ela tinha sido uma das melhores companhias que ele já tinha tido...a tarde tinha sido a melhor de todas.</div>
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Passou quase o tempo todo sentado com ela, a uns metros escassos da água da praia deles. Não quis ir à água, recusou todos convites para ir jogar volley...ela era o que interessava naquele momento...mas ele não queria admitir, pelo menos não à frente dela.</div>
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Mas o dia estava a tornar-se mais escuro, mais lindo. Sim..no fundo tudo se tornava um pouco mais brutal à medida que as pessoas abandonavam a praia para voltar às suas vidas enfadonhas.</div>
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-Olha para as horas! Como é que me aturas diz lá outra vez ..? - disse ela enquanto esfregava as mãos nos braços. O sol estava a despedir-se de tudo e o horizonte alaranjado brilhava por cima de um mar demasiadamente transparente.</div>
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Ela olhou para ele com aquele olhar esverdeado..não saiu nenhuma resposta da boca dele...parecia hipnotizado pelos lábios mais apetecíveis que</div>
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-Foi o gato? - Perguntou ela............ele pareceu despertar.</div>
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-O gato ?</div>
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-Foi ele que te comeu a língua ? - e esboçou um sorriso brilhante.....</div>
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-Parece que sim... - e sorriu juntamente com ela - Que dia...</div>
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-Sim...que dia...</div>
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Olharam mais uma vez para o horizonte, mais uma vez para os olhos um do outro...</div>
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RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-20402774987716596212012-10-15T02:21:00.002+01:002012-10-15T02:22:46.721+01:00Voa baixoEstava deitado na relva molhada a ver o semáforo a mudar...de verde para amarelo...de amarelo para vermelho...de vermelho para verde...<br />
Estava lua cheia...ele lembra-se disso, mas não se lembrava porque é que tinha ido para ali...porque é que terá sido ?<br />
Eram as férias do Verão e tudo parecia estar calmo na rua, mas mesmo assim o semáforo insistia em mudar sistematicamente de cor.<br />
O orvalho nas costas era um alívio por causa aquele calor infernal. Por isso é que ele amava o Verão...podia dar-se ao luxo de ir para a rua, a meio da noite, deitar-se na relva molhada e saber que mesmo assim ainda teria calor.<br />
Estava deitado e via as estrelas que um céu limpo deixava mostrar e nunca se sentiu tão bem. Mas porque é que estava lá?<br />
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Ficou tudo brilhante...mais tarde acordou no céu.RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-66394855175652762842012-10-13T15:10:00.001+01:002012-10-13T15:10:25.785+01:00Nem sei bem o que escrever, só sei que me apetece escrever ou tenho de escrever, porque se não o fizer aquilo que quero deitar cá para fora vai continuar a fazer ricochetes na minha cabeça..i disso eu já estou um bocado farto.<div>
Não sei se estou a sonhar ou se esta vida afinal é mais real do que parece..está sem piada sei lá.</div>
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Não gosto de ter namoradas porque acho que não sou um bom namorado. A meu ver preocupo-me demais e isso não é uma característica propriamente positiva até porque o que o sexo feminino gosta é de sofrer e ser deixada para trás e magoada...pelos vistos isso é o que faz com que elas tenham algum interesse no rapaz...ele dá para trás, ele é mau, ele é estúpido...então eu quero-o...e ainda dizem que os homens são burros ou não têm lógica, quando no fundo não sabem ver que quem gosta e cuida daria alguém melhor do que um amigo.</div>
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Já são para aí uns quatro anos a falar da mesma merda e já começo a ficar um pouco cansado. Também não é para menos, todos os dias tenho de sair de casa e assistir com os meus próprios olhos a situações como essas.</div>
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Tudo começou na secundária e a partir daí comecei a olhar tudo de maneira um bocadinho diferente.</div>
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Eu não me posso dar ao luxo de gostar de uma rapariga assim do nada...eu não sou nenhum rapaz que basta aparecer à frente delas para elas, instantaneamente, se passarem. Eu não consigo fazer com que se babem...eu não tenho tudo de mão beijada...e esta é a parte em que dizem ou que pensam "mas se tivesses tudo de mão beijada talvez não tivesse tanta piada"..e é verdade, mas preferia que fosse.</div>
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Eu não percebo é só isso...a sério que não percebo..e com 19 anos já estou há muitos a tentar desisitir, mas é um pouco difícil visto que quase a todo o momento estou em interacção (possivelmente) com uma pessoa que goste, ou com uma pessoa que prefere mil vezes um otário.</div>
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São alguns anos a falar da mesma merda e já cansa um bocado. Não sou nenhuma pessoa com uma experiência de vida já muito alargada, mas todos os dias durante quatro anos a saber mais do assunto e a pensar no mesmo assunto acabam por transformar uma pessoa numa expert do assunto...mas só do assunto..</div>
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A vida preocupa-me um bocado, sei que os tempos estão difíceis e que as contas estão cada vez mais difíceis de pagar mas eu não me consigo interessar por nada.</div>
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Dantes era completamente diferente, eu gostava de fazer tudo e de me interessar por tudo e agora népia.</div>
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Agora deixei-me levar pela seriedade dos adultos ou sei lá o quê, algo que eu nunca pensei que pudesse acontecer.</div>
RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-54974914035006172982012-10-13T01:36:00.001+01:002012-10-13T01:36:43.303+01:00The XX - VCRMau..já devia estar a dormir..<div>
Népia, vamos antes estar aqui a escrever coisas que mais tarde me vou arrepender de ter escrito! É muito melhor do que ir dizer olá aos sonhos..</div>
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Gosto de uma rapariga...pronto tá dito! Que é que queres ó cérebro de merda? Já percebi que ela não sai daí e isso tudo e que gostava era de estar noutro sítio neste momento...</div>
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Acho que já não gostava tanto de uma pessoa assim há muito tempo..e também acho que da última vez que isso aconteceu acabei por me arrepender quase ao máximo.</div>
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A verdade é que acho que nunca gostei tanto de uma pessoa como esta..pronto!</div>
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Sou um bocado horrível, quer fisicamente quer psicologicamente, portanto não devo exigir muito de uma rapariga percebem? Não parto do princípio que uma boazona se interessará por mim.....mas a verdade é que também é um bocado raro existirem dessas que são lindas sem serem parvas...e atenção! Não estou a falar de pessoas perfeitas, como é óbvio.</div>
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Mas se há alguém que se aproxima desse nível é essa pessoa...é linda, inteligente, com um sentido de humor acima da média...........................se quiserem posso continuar a carregar nos pontos finais...estão à vontade.</div>
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Tenho que acordar cedo amanhã que tenho aula de condução portanto vão ouvir The XX - VCR e calem-se</div>
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RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-21301636972962820922012-10-10T22:35:00.002+01:002012-10-10T22:35:18.898+01:00VolteiEste blog já está morto há bastante tempo.<div>
Um brinde às merdas que ele já me proporcionou, às noites de Verão acordado até de manhã, aos momentos mais lindos e brutais de escrita e de paixão por histórias.</div>
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No fundo queria sempre acreditar que escrever aqui era a melhor escapatória para os meus pensamentos, um sítio onde podia queimar ideias e memórias que não estavam a fazer nada cá dentro.</div>
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Evoluí bastante à medida que escrevi aqui. Olho para trás e envergonho-me de certos textos, admiro-me por ter escrito coisas tão brutais, lembro-me exactamente do sítio da hora e do porquê de escrever tal texto...é engraçado.</div>
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Fiz muitas escolhas erradas não haja dúvida. Os tempos vão passando e cada vez mais me apercebo que o que devia ter dito, o que devia ter feito..não quis sair da minha cabeça e às vezes lá aparece para me dar dores da merda.</div>
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Nem me apetece muito escrever, o que para mim é um bocado esquisito pois, e embora não escreva nada há MUITO tempo, dantes estava SEMPRE a escrever..sempre com novas ideias para textos e histórias..nunca mais me apeteceu...não sei bem porquê...não queria estar a dizer que cresci...isso é uma desculpa que os adultos dão e eu ainda não quero ser um deles.</div>
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Será que a minha cabeça está a transformar-se num monte de pensamentos injustos e altruístas como a deles? Perdi a vontade de imaginar?</div>
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Tenho tantos rascunhos aqui..que medo..</div>
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Tantos "livros" que comecei a escrever e nunca acabei...</div>
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As pessoas viam o que eu escrevia, gostavam, comentavam..e eu perdi-as..perdi-me.</div>
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Agora basta deixar levar-me pela corrente de pensamentos que ainda gostam de aparecer de vez em quando.</div>
RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-936435066833185492012-07-08T15:26:00.004+01:002012-07-08T15:29:12.823+01:00parte 4Já não estava no carro.<br />
Agora encontrava-se numa planície verdejante que parecia não acabar.<br />
Ele tinha noção de que estava a sonhar, parecia sentir os solavancos do carro à medida que se aproximava do destino, mas sabia tão bem que estava a sonhar..<br />
E há já algum tempo que os seus sonhos se limitavam a ser aquilo.<br />
Estava com a guitarra nas mãos e a caminhar por um verde absolutamente magnífico que não deixava de existir..quer olhasse para um lado..quer olhasse para o outro..o verde, as plantas..nada acabava.<br />
Tantas eram as vezes que o sonho se repetia que ele procurava caminhar o mais depressa possível, não fosse o sonho acabar de repente...ele sabia que tinha de haver mais qualquer coisa por lá..alguma coisa...mas parecia não haver...<br />
Era como se fosse um mundo só dele, um mundo em que, por incrível que parecesse, ele quase que conseguia esboçar um sorriso.<br />
Parou no sítio onde tinha acordado da última vez..era impressionante como nada tinha mudado..<br />
Ele sabia que se ficasse ali durante um bocado a tocar guitarra..ele sabia pronto.<br />
O sol começava a extinguir-se e o tom laranja carregado começou a cobrir tudo à sua volta.<br />
-ah, estás aqui.<br />
Ele voltou-se para trás ao ouvir aquela voz doce como o mel.<br />
-mana.. - deixou cair a guitarra num monte fofo de ervas e correu para abraçá-la.<br />
Não era nada como nos filmes, ela não era nenhum fantasma..ele sentia-a, conseguia cheirar o perfume que ela costuma usar. Ela estava mesmo ali !<br />
-como é que estás? - perguntou ela com o sorriso mais bonito de sempre.<br />
-os..os pais estão a levar-me.. - respondeu ele controlando-se para não chorar.<br />
-já tiraram tudo lá de casa foi ? - continuou afagando-lhe o cabelo.<br />
-sim maninha...estivemos lá a tarde toda...e agora está na hora de ir.. - e começou a chorar.<br />
-pronto..pronto..vai correr tudo bem.. - disse apertando-o contra ela..ele recompôs-se.<br />
A terra começou a tremer e a lua apareceu, cheia e brilhante como era habitual.<br />
-acho que estamos a chegar...os solavancos... - disse assustado olhando para o chão verdejante que tremia cada vez mais.<br />
-sim..está na hora de ir...amo-te muito..e vou estar sempre aqui. - disse começando a afastar-se, como que a voar.<br />
-espera! Espera!! - mas ele não se conseguia mexer.. - eu também te amo muito..<br />
-não te esqueças da guitarra... - disse ela..sorriu e desapareceu.<br />
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Ele olhou para o lado, o carro chiava à medida que parava numa rua pouco iluminada..a guitarra estava mesmo ali, ao seu lado..e brilhava mais do que nunca.<br />
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<br />RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-50454833644049052562012-07-07T19:01:00.003+01:002012-07-07T19:04:19.253+01:00parte 3Não havia volta a dar.<br />
O carro não ia parar milagrosamente como ele tanto desejava. Por momentos imaginou um acidente gravíssimo que lhe tirasse a vida, mas logo acordou daquele pensamento mórbido dizendo para si mesmo que os emo's são gente atrasada que ele nunca quereria ser..por favor.<br />
A rua desfilava à frente dele e a noite envolvia tudo à sua passagem, juntamente com a lua cheia linda que parecia acompanhar o carro com uma velocidade mirabolante.<br />
Para trás ficou a vida dele..então não é verdade? Para trás ficou tudo o que ele sabia que existia..aquele tinha sido o mundo dele, o seu dia-a-dia..não havia mais nada para além disso...mas estava prestes a convencer-se do contrário.<br />
Ele nunca foi assim..como era agora...ele queria alguma coisa da vida..ele até costumava sorrir de vez em quando, mas desde que os poucos amigos que conhecia se começaram a mudar para outras casas, para outras cidades, quando todos começaram a desaparecer e só ele é que ficava juntamente com os seus pensamentos sujos e estúpidos de sempre...sem ter com quem falar...ele começou a bater mal.<br />
A irmã morreu num acidente de mota.<br />
<span style="background-color: white;">Ia ela e o namorado, ambos sem capacete..ele nunca mais lá pôs os pés em casa..aliás, nunca mais o viram em lado nenhum...isso foi numa altura em que ela era o principal posto de abrigo para ele..era com ela com quem ele falava (e ainda fala) e era sempre ela que o ouvia e nunca o </span><span style="background-color: white;">interrompia</span><span style="background-color: white;"> (como ainda é).</span><br />
Ele mudou bastante.<br />
Agora é mais uma alma penada do que outra coisa..já não lhe apetece fazer nada..já não quer fazer músicas..jogar à bola, conhecer pessoas novas..se dependesse dele morria já ali, naquele carro, naquela noite.."tanto faz" pensou, e fechou os olhos.<br />
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<br />RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-55806313609689287702012-07-07T01:33:00.001+01:002012-07-07T01:33:40.101+01:00parte 2Por incrível que parecesse, mudar de casa, pelo menos para ele, não era nada de outro mundo, não era nada que não se fizesse.<br />
O problema é que para ele já não havia muita coisa que interessasse. Ele já estava um bocado farto, tinha 18 anos e já estava farto.<br />
Nunca sabia ao certo se estava acordado ou num sonho de merda; não sabia se era naquele dia que as coisas iam mudar ou continuar a ser o que eram...a mesma merda de sempre.<br />
Mas pronto..agora era hora de mudar e, quer ele quisesse quer não, tinha de ir arrumar a mala porque os pais já estavam à espera na cozinha, agora sem pratos e sem talheres e sem mesa...e sem nada.<br />
Passaram o dia todo fechados dentro de casa, a esvaziar o pouco que tinham.<br />
A casa ia ficando vazia juntamente com a cabeça de cada um. Os vizinhos com quem se davam melhor foram aparecendo ao longo do dia para se despedirem e desejarem a melhor sorte possível..foram poucos.<br />
Mas agora eram horas de ir embora, o relógio de cuco que foi a última peça a ser despida da casa assinalava as dez horas da noite..e a família tinha ficado de se encontrar com o senhorio às onze.<br />
O bairro para onde se estavam a mudar ficava a cerca de uma hora de carro dali..nem era longe nem era perto..era..só isso..era.<br />
Ninguém se esqueceu de nada, não ficou nada para trás..apenas o vazio e as recordações de uma vida que, embora não fosse assim tão repleta de coisas boas, foi repleta..mesmo que às vezes custasse..e custou.<br />
Entraram no carro e ele olhou uma última vez para aquela casa pequena e tão acolhedora e tão dele.<br />
Ele não ia chorar..ele é um homem...ele não ia chorar.<br />
À medida que o carro se afastava, e por entre a nuvem que saía do seu tubo de escape encardido, só a lua cheia conseguiu ver a lágrima solitária escorrer-lhe pela face.RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-10843942483037039582012-07-06T03:19:00.001+01:002012-07-06T03:19:56.700+01:00parte 1Ele teve que mudar de casa.<br />
Por mais que quisesse ficar no lar doce lar que o tinha acolhido desde o momento em que tinha nascido, ele tinha de se mudar.<br />
Os pais tinham escavado até ao fundo do poço e não havia mais nada a fazer. Tudo apontava para uma retirada forçada para um sítio mais "fácil".<br />
Os amigos iam ficar para trás...sim...tinha de ser..mas ele também não tinha muitos desses, limitava-se a conversar com os imaginários, esses nunca o desapontavam e nunca tentavam persuadi-lo a mudar de opinião de repente.<br />
O bairro para onde ia era o típico bairro de "sais à rua de noite =és esfaqueado na melhor das hipóteses". Ele já sabia disso, e embora os pais não quisessem admitir à sua frente, era muito provável isso acontecer.<br />
Os pais preocupavam-se e tentavam ao máximo dar-lhe o que podiam..eram capazes de andar sempre com a mesma roupa para lhe comprarem um t-shirt nova, eram capazes de comer um pouco menos para que pudesse haver uma sobremesa para ele..mesmo que fosse pequena..ele gostava.<br />
Ele fazia de tudo para agradar aos pais, fazia o máximo mesmo. Nunca os tinha desapontado e era esse o principal motivo que levava os pais a fazerem os sacrifícios que faziam.<br />
Mas agora não havia nada a fazer...ele ia mudar de casa.<br />
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<br />RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-11888473885043371592012-06-27T15:22:00.001+01:002012-06-27T15:22:14.082+01:00ele está bemO calor percorria vagarosamente o mar verde de plantas que cresciam por ali.<div>
Ele nunca lá tinha estado, era a primeira vez que estava naquele descampado onde parecia que o tempo tinha parado e o Homem nunca tinha tido a vontade de destruir.</div>
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Ao longe via-se um riacho que brilhava à luz demasiadamente forte daquela tarde. Como é que era possível ele nunca ter descoberto aquele sítio?</div>
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Deixou a bicicleta cair num monte macio de vegetação e começou a andar em direcção àquela que parecia ser a água mais limpa que ele alguma vez tinha visto.</div>
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No mundo real os pais olhavam para ele, deitado na cama de hospital onde ele se encontrava naquele momento..já quase sem vida...com o fôlego prestes a deixar de existir.</div>
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O pai segurava a mão da mãe com uma força leve mas segura..nenhum dos dois conseguia saber o que se passava na cabeça dele naquele momento, mas era o que mais queriam.</div>
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Ele estava a nadar no riacho...e estava bem acreditem...ele estava bem</div>RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-64998514725324278912012-06-23T00:25:00.001+01:002012-06-23T00:25:49.889+01:00Chega<div>
As gajas que se fodam, os gajos que se fodam, eu que me foda</div>
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A educação que se foda, os politicos que se fodam, </div>
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Os amigos falsos que se fodam, os professores que se fodam</div>
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Os sentimentos que se fodam, o blogue que se foda,</div>
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A música que se foda ...</div>RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-33203250083786722942012-06-11T17:26:00.001+01:002012-06-11T17:28:34.166+01:00Crescer é um pretexto para ganhar educação e perder o que realmente somos: livresO vento entra pela janela do rapaz e deixa-o vazio, tal e qual como aquele dia frio e cinzento.<br />
Não há grande coisa a fazer mas ele sente que um Mundo inteiro, exageradamente preguiçoso como ele, o espera de braços abertos...mal sabe ele que esse é o propósito e o inalcançável desejoso que todos temos: achar que podemos.<br />
Ele pega na guitarra e faz músicas que nunca ninguém há-de abanar a cabeça à medida que aquilo lhes entra pelo coração; Ele pega no lápis e escreve histórias de sonhos e de magias impossíveis de viver; Ele acorda.<br />
Por mais que faça boa figura nunca vai saber se está ou não a sonhar, se esta é ou não a vida do costume.<br />
Pega no pouco de alma que tem e manda-a pela janela, deixando-a a esvoaçar pela rua e por aquele dia frio e cinzento.<br />
Já começou a tossir..se calhar o melhor é fechar a janela..uma constipação era tudo menos desejada naquele momento.<br />
Por mais que queira não consegue disfarçar as tonturas que o abalam constantemente, os olhos a contorcerem-se para voar para outro lado, o coração que já bateu por tanta coisa que agora não passam de miragens estúpidas..tal como ele..estúpido.<br />
Agora o Mundo gira tal e qual como girava quando ele brincava na lama e nas poças de água suja, o Mundo gira tal e qual como a sua cabeça, agora transformada numa das poças em que ele costumava saltar e sorrir.<br />
Agora ele já não é bem ele, cresceu..bela merda.<br />
Crescer é um pretexto para ganhar educação e perder o que realmente somos: livres.<br />
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<br />RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2746937310971433549.post-90291620666897429762012-06-08T03:49:00.003+01:002012-06-08T03:49:45.773+01:00Porno é coisa do passado..a moda agora é, é ter namoradoEu agarrava-a contra mim enquanto Arcade Fire rodava no meu rádio mais antigo que o cagar.<div>
A música entrava nos nossos corpos mais atrofiados pelos beijos surpreendentes de cada um do que outra coisa.</div>
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O sorriso brilhante reflectia o que nos ia por ali adentro, e a felicidade que o meu coração sentia era tão demasiadamente fodida que eu pensava que a ia esmagar com o meu abraço.</div>
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Sentia que naquele momento nada de mal podia acontecer, porque tinha-a nos braços e aquilo não era um simples sonho estúpido mas a realidade mais real que eu tinha tido durante muito tempo.</div>
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Depois de mais um beijo profundo e completamente atordoante..abri os olhos fechados de puro prazer e olhei para ela que mantinha os seus fechados e saboreava o que quer que tinha acabado de provar.</div>
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Ela sorriu e depois olhou para mim com aqueles filha da puta de olhos...fodass! que olhos! E depois ainda sorriu mais porque tínhamos combinado que eu ia tentar ao máximo não ser lamechas, é a minha sina..</div>
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Os beijos sabiam a amora..eu não gostava de amora..agora gosto de amora...ya..</div>
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Os cabelos esvoaçavam e não havia filha da puta de vento nenhum no meu quarto.</div>
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Apetecia armar-me em parvalhão e como naquela altura gostava bastante de fazer o que me apetecia armei-me em parvalhão.</div>
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Os insultos constantes já faziam parte da noite, a Lua conhecia-nos melhor do que a nós próprios e sabia bem que não éramos nós se não houvesse trocas de palavrões e um abraço a seguir para fazer as pazes.</div>
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Arcade Fire parou.</div>
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E apetecia-me sentir a língua dela outra vez..demasiado gráfico? nah..demasiado apetecível..</div>
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O calor, a saliva, o perfume, o suor, as falinhas mansas...demasiado gráfico? demasiado longínquo</div>RafaelRamahttp://www.blogger.com/profile/03286609889788591387noreply@blogger.com0