Tudo cinza

O texto que se segue será preenchido por confusão abstrata e frases soltas. E, embora me baste fechar os olhos para que a pessoa me apareça à frente, não vou parar uma única vez para rever o que for escrevendo. 

Neste momento, é-me incrivelmente essencial encontrar a escrita que fui perdendo ao longo dos anos e divagar sem rumo sempre me levou mais longe.

Sem mais demoras, obrigado por existires.




Tenho tanta pena de não conseguir escrever o que quero.
De que cada palavra que sai nunca ser a que devia ter saído. 
E toda a procura pelo texto perfeito acaba fechada numa gaveta que eu cá tenho, com letras apertadas e guardadas para momento nenhum. Apontadas para paredes que nunca serão mais do que isso.


Para quê escrever, então? Principalmente quando algo perfeito merece apenas aquilo que é? Que direito tenho eu de enterrar sentimentos foscos em palavras ocas que nunca saberão aguentar o peso dos arrepios que me dás?


são os olhos dela

Eu amo alguém sem saber porquê. Aquela agonia de sobremesa a mais.

Tenho presa em mim a ideia do que me completaria e essa ideia tem a cara dela.
E no final do dia, tudo se desfaz em chapadas invisíveis, seguidas de uma manhã nascida apenas para dar lugar a mais uma noite.

Porque é estranho aceitar a possibilidade de gostar de alguém que conheço tão mal mas que quero tão bem.

Porque se estou com frio, aqueço-me no teu calor. Porque se estou quente, congelo-me na tua língua. E seria tudo tão mais simples se fosses de perto.

E aqui está ele, senhoras e senhores! Uma salva de palmas irónica, por favor!
Deixem-no com as suas frases soltas, já que a cabeça não lhe fica um segundo concentrada e a desconcentração sempre lhe deu tanto prazer!

...

Acredito em sortes invisíveis e acho que és uma delas. 
Sem saber que te amo, sei que sim. Sem saber se estarei contigo, sei que não.
E continuas a ser a mulher mais bonita que já vi.

Porque o que interessa não é o amanhã, quando reler este texto e não sentir o que agora o sono me traz. O que interessa é o que estou a sentir neste preciso momento, prestes a escrever a palavra "certa".

Tal como tu.
A certa, só que sem certezas.

E o pior de tudo é o medo que sinto.
Não o medo de estar errado.
O medo de estar certo.

O medo de te beijar e de não querer mais nenhuma boca.

Foste um sonho acordado.

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