Era meio-dia e qualquer coisa quando acordei de um sonho daqueles que parecem ser mais reais que a própria realidade. Levantei-me ainda ensonado pensando no que me tinhas dito no dia anterior, que por muitos sonhos que tenha nunca me irei esquecer: "Não dá...". São pequenas palavras que se juntam para formar frases impiedosas que simplesmente ninguém quer ouvir,,,que uma pessoa, por muito que possa estar a contar nunca espera realmente ouvir...pelo menos de ti...
Peguei na guitarra, que mau hábito não tomar o pequeno-almoço, empurrei os livros de Química e de Biologia que se encontravam perdidos na minha cama para o chão e substitui toda aquela matéria descomunal e desenfreada por uma folha de papel limpa...comecei a experimentar todo o tipo de acordes possíveis e no fim de criar um som mais ou menos "eficaz" peguei na coisa que mais perto se encontrava de mim e que servisse para escrever...um compasso...serve. Comecei a deambular por letras e palavras e frases que me pareciam tão exageradas para exprimir o que estava a sentir, que formavam poemas e histórias e músicas tão lamechas e tão estúpidas que só me apeteciam rasgá-las. Parei um pouco para pensar numa outra coisa senão tu e que me ajudasse a escrever alguma coisa que não envolvesse amor, arco-íris e passeio ao luar...precisava de me abstrair de ti o mais que pudesse, mas é tal e qual como tu dizes: "Não dá...", e não dá mesmo...deixa-me cá ficar com os meus sonhos, e com a tua cara no meu pensamento, ao menos assim ainda dá para me distrair de toda aquela matéria descomunal e desenfreada que tinha deitado ao chão.